12 de maio de 2007

SOMBRA LUMINOSA

Nessa sombra luminosa
Guardo o retrato teu
Fotografias mentirosas
Amargas num baú encadeado.

O louco ainda vive
Por que a sanidade já morreu
Cata moscas invisíveis
Aos olhos de um Galileu
Que tenta provar o redondiço do planeta

Em algum lugar assaz
Faço ainda letras pra te mostrar
Mas elas nunca sairão do meu diário
Nem sequer irão te incomodar.

Desse ventre onde morei
Jamais deveria ter saído
E tampouco entrado
Preferia meu lar escroto
Pronto a morrer na mão.

Tenho agora esse caminho herdado
Uma sina, um karma
Ou quiçá um desagrado
Devoro cada palmo desse chão
Vitima do teu consentido pecado.

AKILY

Você é minha doença
Meu carma, minha praga
Preferida
Meu lugar comum, minha ofensa
Meu catarro febril
Minha ferida

Sou soropositivo de você
Minha lepra, meu pânico
Doença desconhecida
Minha rima clichê
Meu fantasma diário
Cicatriz dolorida

Ainda morro de te querer
Câncer maligno implacável
Amor da minha vida
Vomito muco com sabor
Dos seus beijos proibidos
Sexo reprimido

Te odeio.
Mentira.