25 de janeiro de 2011

BORBOLETAS NOTURNAS

Naquele arrebatamento
Livrou-se de toda contrição
Por gozar aquele momento
Estremecido no coração

Perturbava-lhe o vento
Vindo da conjunção
De planetas ao relento
Unidos pela devoção

Salpicadas no firmamento
Estrelas em condão
Cantavam no céu cinzento
Uma uníssona canção

Falando de cores, de pressentimento
De amores, de sofrimento
Mas foi música em vão
Seus ouvidos eram daquele folião

Dos sussurros peçonhentos
Veneno da paixão.

Morreu num orgasmo...

19 de janeiro de 2011

ANTERIOR A SI MESMA

Reconheci a poesia
No teu olhar de soslaio
Que aos poucos sumia
No horizonte como um raio

Catei o que de ti caia
No rastro do perfume
Como estranha energia
Meu olho te seguia imune

Nos excessos da tua dramaturgia
Uma verossímil personagem
Com a qual me reconhecia
Como se fora uma clonagem

Mas teu olho enfim sorria
Revelando o invisível
Assim como uma fotografia
Que desnuda o impossível.

Me ame sem olhar