9 de julho de 2010

OLHOS VICIOSOS

Seus olhos são precipícios
Olhando pra mim
Sádicos e jocosos
Esperando meu salto

Seus olhos são vícios
Gozando de mim
Meus olhos receosos
Olhando-me do alto

Seus olhos são inícios
Princípios do fim
Assassinatos dolosos
Precedidos de assalto

Seus olhos são ócios
Críticos e ruins
Sonhos artificiosos
Acordado em sobressalto

Me cure dos seus olhos

6 de julho de 2010

!O BERRO!

Com o peito atacado
Em brasa e pimenta in natura
Colho bocas de dragão
Num visionário jardim
Comidas para minha cura

Na boca o doce amargado
Fala sinceridade pura
Explode bombas atômicas
Pra matar passarim
Pequeno sopro de amargura

Na mão o aceno deseducado
Dedo médio dedura
O que a língua suprime
O falo dito tão assim
Ferido sem sutura

Nos bolsos qualquer trocado
Pra soldar a fissura
Aberta por aquela pena
Tão dedicada a mim
Que a falsidade jura

Verdade absoluta
Deixe morrer

3 de julho de 2010

DELÍRIO INSONE

Me sorriu com os olhos
Comunicação não verbal
No silêncio do ar
Sentidos em plural

Me abriu o peito
Coração tão igual
Pulsando pausado no lugar
Curando-me de todo mal

Me feriu com agulha
O dedo pinga amoral
Nosso sangue a se tocar
Pacto de amor abissal

Me reviu iluminado
Na lâmina do mal
Que tentava assassinar
O nosso tédio usual

Amar e morrer com o ser amado