12 de fevereiro de 2008

SONETO SURDO

O que cresce em mim
O que me ocupa os espaços
É o vazio que ecoa
Que acompanha meus passos

Não quero a tolerância
Nem a piedade desse olhar
Sou uma fortaleza de areia
E quero a onda que teima me derrubar

Estou cansado de me destruir
Viver é a pior forma de morrer
Cada lugar que caio, sinto a umidade
Desse bueiro aterrado de lixos a feder.

Já construí cidades e ruínas
Vivi até aquele amor suposto
Que teima e me inebria
Pela falta do calor do colo oposto

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