3 de março de 2010

O OLHAR DO TOQUE

Deslizo com as pontas dos dedos
Na fina camada de suor
Derrapo em curvas sem medo
Sobreposto em sua pele mor

Refresco-me com a doce seiva
Que emana do seu âmago
Lateja essa sua boca meiga
E levo-lhe um frio no estômago

Enxergo seu corpo em braile
Leitura que meu corpo agita
E sei que meu cheiro atrai-lhe
Que o meu toque lhe excita

Visualizo em meu espelho
Algo que não consigo ver
Sei que seu rosto está vermelho
Por sentir meu corpo se acender

Somos a soma sem se olhar
Apenas se sentir.