25 de novembro de 2010

DESAGRAVO

Num rompante vazio
O romance partiu
Sem dizer se voltava

No peito sentiu
O tributo pelo tempo
Que a vida demandava

A luz do sol sumiu
Só a via pelo do túnel
Por onde flutuava

Como um filme reviu
O amor que perdera
Quando tudo se alinhava

Agora a corda ruiu
Pendurada no vulcão
No calor de sua lava

A dor do parto que pariu
Agora inverte os fatos
Na sua lógica cava

Oh surrado coração!
Pulsa em silêncio pousa

17 de novembro de 2010

PERDAS MINHAS

A parte que em mim morre
É a mesma que nasceu
Depois de surras e porres
No dia que anoiteceu

A parte de mim que corre
É a que foge do meu eu
E ao teu rosto recorre
Sorrindo num camafeu

A parte de mim que escorre
Pela mão que concebeu
É a vida que em mim morre
Depois que a memória te esqueceu

Fim do karma. O céu escureceu...