ELE AMOU A MORTE
A pele branca pálida, a barba rodeando o rosto, a voz de trovão e a cabeça genial. Assim foi Renato, o ícone de uma geração, o grande revolucionário com flores nas mãos. Essa triste, longínqua porém consistente lembrança perdura nas cabeças dos jovens e dos não tão jovens no nosso país.
Renato versou e cantou o amor como nenhum ser humano foi capaz até hoje. Passou pela vida com um bólido e viveu a morte como poucos. A sombra mortal o acompanhou durante alguns anos. Mas não foi obstáculo para que ele morresse de amor pela vida e dedicasse esse sentimento também á morte.
Quando eu digo que ele amou a morte não significa em momento algum que ele não tenha querido viver. Mas quando ele percebeu que a morte lhe estava próxima, Renato resolveu então amá-la e cantá-la, como tudo que o rodeava.
Dessa forma, Renato se estabeleceu como um mito, um nome brilhante que agora cintíla no meio das estrelas. Mas seu legado não nega que Renato é eterno. Sua morte foi apenas carnal, pois seu espírito está presente em cada verso com aquele pessimismo romântico, aquele desejo pelo amor imperfeito.
Renato é, sem dúvida, um dos maiores poetas contemporâneo. E suas músicas vão tocar eternamente o coração de inúmeras, diversas e intermináveis gerações.
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