27 de junho de 2004

A NOVELA E O BRASIL

Na última Sexta-feira, dia 25, todas as estratégias de marketing e merchandising da Rede Globo geraram o resultado esperado. Das 21hs até aproximadamente 22:10hs, a TV carioca registrou uma média de 65 pontos de audiência, segundo o ibope. A movimentação financeira em torno do último capítulo da novela 'Celebridade'foi tamanha que os intervalos comerciais daquele capítulo estavam sendo maiores e com propagandas de alcance nacional.
Mas eu não pretendo aqui falar da engenharia financeira das TVs em torno das novelas. Quero falar sobre esse produto que tem o Brasil como principal produtor e exportador do mundo e a sua intima relação com a cultura brasileira.
Há correntes de intelectuais que repudiam a novela, dizendo ser um objeto de alienação e ditador de modas e de estereótipos. Porém vejo que a novela já está tão arraigada na cultura do Brasil que, dificilmente, um outro tipo de ficção consegue superá-la. O brasileiro se vê dentro da TV. É uma relação especular, onde a identificação é imediata.
A grande questão da novela reside nos formatos pré-concebidos em que se encaixam as tramas. Essencialmente todas as novelas são iguais. Trabalham com maniqueismos e arquétipos. O próprio público determina esses formatos. O brasileiro, quando o assunto é sua novela, não aceita histórias com algum embasamento intelectual. São geralmente histórias simples e de facil compreensão, pois se ele perder uma semana de capítulos, ainda haverá uma compreensão da história a se seguir.
No mais a engenharia financeira da novela movimenta dinheiro e corações. E aqui vai uma opinião pessoal desse humilde cronista. O Gilberto Braga já foi mais surpreendente em outras ocasiões.

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