5 de junho de 2004

O SOLO DA CLARINETA



Fiz de um a tudo
Até te perder
E agora?
O que se há de fazer?

Atropelei cada brilho
Que surgia em seu olhar
Fui pérfido e vil
Não lhe permiti mais sonhar

E agora que está tudo perdido
O que se há de fazer?
Meter-me na vida
Pra ver se consigo
Deixar de lhe fazer sofrer

Não mereço
Nem nunca me foi digno
Essas lágrimas que jorraram
Pelo seu rosto fino
Desses olhos que me amaram

Fiz de um tudo
Até te perder
Já não sei mais
O que se há de fazer

Apenas me resigno
Dentro da minha mansidão
E lhe peço ignóbil
A dádiva do seu perdão.



Paulo César Almeida

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