4 de agosto de 2004

O Duplo Amor

Não há novela que se preze que não tenha um. Estão presentes também em romances, dos sofríveis às obras primas. Falo exatamente dos TRIÂNGULOSAMOROSOS. Uma situação dilêmática capaz de perturbar o sossego de um monge tibetano. Absolutamente ninguém está livre de ser, um dia, uma vértice dessa geometria de amor e pesadelo.
Tamanha angústia, causada pelos triângulos, é culpa da nossa propria civilização ocidental cristã, que preza a monogamia como base para as relações amorosas e também para a constituição da família.
Mas o que ocorre é que o coração humano é um latifúndio de grande escala, onde pode-se plantar e colher vários sentimentos diferentes. E o amor possui uma versatilidade tremenda, capaz de ter várias caras e formatos. Dessa forma, é perfeitamente aceitável que caiba dentro de apenas um ser vários tipos de amor dedicados á pessoas diferentes.
Nossos sentimentos são puramente humanos e fazem parte da nossa natureza. Assim sendo, as normas da nossa civilização são de certa forma assimilados por nós, mas nunca suplantam o nosso lado selvagem e irracional.
É exatamente nessa vértice da personalidade humana que age o amor. Daí vem os amores multiplos e confusos. Não há, portanto, pecado em se amar mais de uma pessoa. Afinal, somos essencialmente animais e o amor é um sentimento fora de qualquer razão. Amar duas pessoas ao mesmo tempo não deveria ser encarado com tamanho preconceito.
Eis o que eu queria dizer: Ame, ame incondicionalmente. Estamos no mundo para amar e nada mais. Não existe pecado no amor, seja ele dedicado a quem for ou a quantos forem. Pecado é matar o amor dentro de si.

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