Esse preto da pele
não é minha natureza
ou nobreza que me revele
com invisível beleza.
Foi feito para os sapatos
Mas é meu lombo bucólico
que adormece no último ato
Que nasce com orgulho
E trinca meu anti lençol
Durma com esse barulho
Que se apressam ao trabalho
Com o alarido que ressoa
Nessa cabeça em retalhos
Queria o silencio que me olhe
Mas eu durmo no barulho
Dessa rua que me acolhe
Vejo as pombas em seu arrulho
Tomo banho nessa lama
Espezinhada por este barulho
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