8 de fevereiro de 2008

SALIVA VIVA

Quero beijar-te à língua
beber-te a saliva
que do teu lábio pinga corrosiva
ardente Água viva

Quero embriagar-me da seiva
que do teu lábio agora pende
elástica e meiga
por entre esses teus dentes

Quero abraçar-te a ginga
e fazer-te superlativa
nesse amor amaríssimo
a saborear-te aperitiva

Quero a loucura que vinga
vida e morte na tua língua
que procura aflitiva
meus dentes, minha sina

Estas nossas salivas
para sempre hão de pingar
por entre lábios
entre línguas
e dessa tua boca corrosiva

2 comentários:

  1. Anônimo10:20 PM

    A se acreditar no poeta Heine, foi para se curar da sua enfermidade que Deus criou o mundo. Deus criou o mundo, porque estava doente de amor... Eis o que Deus falou, segundo o poeta: "a doença foi a fonte do meu impulso e do meu esforço criativo; criando, convalesci; criando, fiquei de novo sadio".
    Penso que o homem cria a beleza como remédio para a sua doença, como bálsamo para o seu medo de morrer... Todas as coisas belas do mundo são frutos do sofrimento... Sofrer então seria algo bom e desejável? Obviamente que não... Mas a própria finitude já constitui por si só um motivo de dor ou, no mínimo, de reflexão... Portanto, sofrer é inevitável. Felizes são aqueles que transformam sua dor em beleza para ofertá-la ao mundo... Você, Paulo César de Almeida, faz isto muito bem. Parabéns! Abraços da sempre sua (admiradora), Mel

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  2. Anônimo1:37 AM

    PC, meu amigo PC.

    Gostei, principalmente do final, ficou muito melhor do que aquele jeito que a você me mostrou no msn.


    A pintura é poesia muda; a poesia, pintura cega

    Abraços

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