25 de novembro de 2009

A POÉTICA

Poesia
Que um dia eu pairo
Como quem pare
Aquela criança vazia
De pudores mundanos

Poesia
Sinestésica e asséptica
Lavada do parto
Que agora se principia
Despojada de mim há anos

Poesia
Insolente por nascença
Cabida no sacro andor
Pela visão que analgesia
O sangue em mim jorrando

Poesia
Anacrônica e indecisa
Vivida com toda dor
Pelos monstros que anistia
Com o seu caráter profano

Poesia, tu és meu mal

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