Reconheci a poesia
No teu olhar de soslaio
Que aos poucos sumia
No horizonte como um raio
Catei o que de ti caia
No rastro do perfume
Como estranha energia
Meu olho te seguia imune
Nos excessos da tua dramaturgia
Uma verossímil personagem
Com a qual me reconhecia
Como se fora uma clonagem
Mas teu olho enfim sorria
Revelando o invisível
Assim como uma fotografia
Que desnuda o impossível.
Me ame sem olhar
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