Possuo um universo paralelo para onde escapo para criar minhas histórias e também quando o sofrimento teima em bater na minha porta. Nesse mundo reside tudo que eu crio, é o meu pólo, minha razão de viver.
Não, não sou louco. Talvez esquizofrênico. Na verdade, sou um poeta em busca da ALCOVA DOS POEMAS.
TODOS OS TEXTOS AQUI PUBLICADOS SÃO DE AUTORIA DE P.C.ALMEIDA
Copyright by P.C.Almeida. Todos os direitos reservados.
19 de agosto de 2011
SEM PALAVRAS
24 de julho de 2011
ATREVIDO
Quero beijar teu ego
Fazer aflorar
A flor que pego
No teu jardim de delícias
Quero beijar teu âmago
Fazer revoar
Borboletas no teu estômago
Perfazendo malícias
Quero beijar teu dorso
Fazer arrepiar
A nudez do teu corpo
Da maneira mais propícia
Toda você na minha boca...
7 de julho de 2011
XEQUE MATE
Você era a Rainha
E eu apenas um Peão
Como é que conseguiria
Conquistar seu coração?
Andei por casa muitas
Pra reduzir nossa distância
Mas o Bispo aconselhou
Recolher-me a insignificância
Montei em meu cavalo
Que era meu só na ilusão
Para saltar os muros do feudo
E alcançar-te a torre de solidão
O Rei tomou notícia
E mandou me prender e decaptar
Mas você, Rainha minha
Surgiu como luz, como ar
Libertou-me do calabouço
Montou-se em meu cavalo
E sem qualquer alvoroço
Beijou esse pobre vassalo
Com o beijo da morte...
1 de junho de 2011
SINCRONISMO CÓSMICO
A lindeza dos corações
em descompasso uníssono
na mesma frequência,
embora arrítmicos
A pureza das emoções
Registrada nesta epístola
com corações em sequência
como abalos sísmicos
A sutileza das expressões
descritas neste capítulo
Da vida em sua essência
Num tom nada cínico
A luz acesa das razões
Afasta-me do sonho lúdico
De te possuir sem paciência
E saciar nosso desejo químico
Nosso enlace de almas!!!
20 de março de 2011
TRANSLAÇÃO
Completa a translação
E o vento que agora sopra
Traz consigo seu calor
Ao sul do equador
Voando você veio dar vazão
Nos trópicos de câncer à interseção
Entre abscissas e paralelas
reinando seu sol na minha janela
Produzindo sombras siamesas
E dissipando as incertezas
sobre o que se quer e o que se pode,
pois vi no seu corpo meu exato molde
Envie pra mim seus sóis
de sua vida inteira por nós
Que os vou guardar no bolso do peito
junto a seus beijos de raro efeito
Equinócio que transpira
Nosso eterno amor...
12 de março de 2011
LA PROPUESTA
Finalmente eu entendo
todo o sofrimento
destes meus caminhos
Linhas tortas e incompletas
Por Deus escritas certas
Pra me deixar em desalinho
Mas agora vem o alento
Pulsando em chamamento
Pra andar no teu caminho
O que era praia deserta
De passos ficou repleta
Pegadas onde me aninho
Se sofri foi pra aprender
Com o desamor desta vida
Para enfim pronto, no ponto
Conhecer minha elegida
Casa comigo?
ELA
De caminhar, repletos de bolhas estavam os pés
Vacilante, ainda procurava o sabor da vida
Buscava num emaranhado jogo a sorte ou o revés
E então surgiste, já de coração sem ferida
Chegaste num momento em que eu passava através
De campos desérticos e no asfalto rendida
Ah, meu anjo, quanto me doíam os pés
Da caminhada em vão que me deixou perdida
Daí vieste como quem não quer nada
Me tocaste a alma, o espírito e o peito
E da tua água bebo, está meu nó desfeito
É por isso que me entrego descansada
Serena e feliz porque agora és meu eleito
E, portanto, se me queres, te digo: aceito!
26 de fevereiro de 2011
A Tempestade
gotas de suor
por toda você
corpo que sei de cor
E ainda me surpreender
ao ver sua pele mor
arrepiando de prazer
seus pelos ao redor
Quero me derreter
no calor do seu sol
marcar a brasa você
entremeio a esse lençol
E chover em você
o que eu tenho de melhor
para enfim conceber
uma canção em dó maior
Trovoadas de sussurros...
25 de janeiro de 2011
BORBOLETAS NOTURNAS
Livrou-se de toda contrição
Por gozar aquele momento
Estremecido no coração
Perturbava-lhe o vento
Vindo da conjunção
De planetas ao relento
Unidos pela devoção
Salpicadas no firmamento
Estrelas em condão
Cantavam no céu cinzento
Uma uníssona canção
Falando de cores, de pressentimento
De amores, de sofrimento
Mas foi música em vão
Seus ouvidos eram daquele folião
Dos sussurros peçonhentos
Veneno da paixão.
Morreu num orgasmo...
19 de janeiro de 2011
ANTERIOR A SI MESMA
No teu olhar de soslaio
Que aos poucos sumia
No horizonte como um raio
Catei o que de ti caia
No rastro do perfume
Como estranha energia
Meu olho te seguia imune
Nos excessos da tua dramaturgia
Uma verossímil personagem
Com a qual me reconhecia
Como se fora uma clonagem
Mas teu olho enfim sorria
Revelando o invisível
Assim como uma fotografia
Que desnuda o impossível.
Me ame sem olhar