15 de outubro de 2006

COVA A CORES

Não verso e não proso
Isso hoje é tão banal
Belas mesmo são as estrelas
Com seu brilho natural.

Abandono tortas linhas
Pois não há efeito algum
Quero cores sulfúricas
Em traços embriagados de rum

A luz desse espelho digital
Me entorpece com imagens flutuantes
Decora o que finjo ler
E sopra um efeito a mim mutante

Nem ainda mais sei
Por que teimo em construir
Versos e conjugações verbais
Para não lerem sem me agredir

Conjugo o amor
E só vejo esse alvor

Conjugo o tédio
E não rimo com remédio

Verso sombras e luzes
E só percebo essa música
Serena e indecifrável
E desconstruo a rima

Não vejam o que escrevo
Apenas os efêmeros traços
Desse teu insano espelho

Escapo pintor.
Esculpo o amor.

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