19 de janeiro de 2004

O HOMEM SÓ

Sim ele era só. Muito só. Sua solidão era capaz de transcender ás paredes de sua casa tão e unicamente só.
Possuia um trabalho, mas lá se sentia só.
Tinha em si um sentimento de amor por uma mulher que lhe era reciproco. Eles namoravam. Mesmo assim não vencia a solidão.
Em sua casa, lhe esperava sua mãe com comidas quentes, roupas lavadas e olhos maternais. Ainda assim era solitário.
Quando terminava a semana, haviam pessoas que lhe chamava para súcias pós expediente, ou mesmo para aproveitar o á toa dos domingos. Ele até se divertia, mas não esquecia sua miserável solidão.
Olhava para os lados, para cima, para baixo e o silêncio lhe parecia tangível e audível.
Até que um dia ele percebeu, diante a infinitude de sua vida que, na verdade, ele era um homem livre. A liberdade era sua companheira. Nada o prendia nesse mundo.
O homem só se viu como um homem livre.
Então, o homem só deu cabo de sua própria vida. Pois a liberdade é algo grande demais para um homem que sempre conviveu com a solidão.
A liberdade não foi feita para os homens, ela é apenas uma invenção daqueles que sumariamente se sentiam sós.

PAULO CÉSAR ALMEIDA

Nenhum comentário:

Postar um comentário