25 de setembro de 2006

[COLCHETES]

letra maiúscula não quero pensar nas regras gramaticais elas foram feitas para os idiotas da objetividade afinal o que são palavras se não a materialização do intangível e ainda possuem a pretensão absurda de tentar encerrar um sentimento comparo um texto a uma vida acerca de suas virgulas interrogações exclamações começam com o maiúsculo da dor do parto e termina com a pusilanimidade do ponto final os sonhos as grandezas estão todas inseridas nessa oração a qual busca as reminiscências do destino há vidas que são frases curtas e insossas enquanto outras também são frases únicas porém como um slogan e brilham pelas luzes da ribalta num outdoor grotesco existem também destinos que são textos rosianos repletos de neologismos são vidas grandes em veredas e amores outrora vislumbramos biografias como se fosse uma peça rodriguiana e seus dramas conflitos e surpresas enfim existem vidas e vidas momentos agudos replicantes em crase com curvas de trema e existências que se encerram na eminência dos dois pontos elimino as discordâncias verbo-nominais aprendo com as figuras de linguagem amarro meus cavalos a um ponto e virgula onde paro para respirar e depois prossigo o caminho interrogante exclamante e não dispenso os parênteses que é quando durmo e quebro o pensamento uma frase é um momento de liberdade real sempre cerceada pela hipocrisia da pontuação não me faço entender apenas sinto reticências ponto final

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