11 de setembro de 2006

Dessonho

Vivo um dessonho
A anti realidade
Não suporto a concretude
Descarno daquilo que não senti

Passa cartão
Hora de morrer
Para comer e de vomitar
Cruel dessonho.

Meus dias eu conto
Cada fim de uma semana
Na segunda me morro
Na sexta me ressurjo sujo

Ter tempo é ter sorte
Azar é ter sonho
É não haver possibilidade
Escapar desse dessonho

Se dormir é solução
Acordo zumbi
Olho vidro estático
Plano real infinito

Cadê aquilo que amo
Amor cadavérico
A realidade não é pra mim
Prefiro manter-me acético

Ambiciono tal dia
Despertar
Desse
Dessonho
E cair definitivo
No universo
Utópico ululante
Dessonho pesadelo.

Escapo poeta.

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